Più bella cosa

Ah, Eros Ramazzotti…

Bom, demorei pra contar – estava esperando minha senhora se acalmar – mas comprei outro carro “velho”. A mais recente aquisição foi outra Alfa Romeo. Já é a terceira que eu tenho e, acreditem, logo a quarta vem aí.

Eu estava quieto, em agosto passado, meio sem fazer nada, quando o telefone tocou. Era meu mecânico, dizendo que tinha recebido um negocinho “bão” na oficina dele.

Arrumei qualquer desculpa e fui almoçar lá, sem qualquer pretensão de negócio. Cheguei, claro, e me deparei com aquele neoclássico maroto, com problemas de documentação e mecânicos. Mas com o preço abaixo do mercado.

E fui. Na prestação, a gente faz qualquer coisa, o que me remete a um dito popular: quem tem limite é município. Eu não.

Comprei um Alfa 156 2.5 V6.

Pode anotar, segundo registros oficiais, 39 apenas foram vendidos no Brasil entre 2002 e 2003.

O 156 2.5 tem pára-choques e retrovisores na cor da carroceria e um sonoro V6 sob o capô

O carro tem 83.000 km. É pouco. Mas ficou um bom tempo parado. Então, muita coisa teve e terá que ser revisada. A documentação levou 4 meses para ser regularizada. Todo mundo vivo, vistoria pra cá, cartório pra lá (IPVA atrasado desde 2016) e pronto: documento na mão, em meu nome e lá fui eu usar o carro.

Que sinfonia. Toda vez que eu ligo o V6, espero o ronco do motor subir e descer vagarosamente, antes de sair com o carro. O processo não dura mais de 10 segundos: suficientes para me lembrar que jamais terei um veículo elétrico na garagem.

Tudo ia muito bem, até que o sonoro sedã começou a esquentar. Aí, vem o check básico: relês e fusíveis da ventoinha, possíveis vazamentos nas mangueiras de arrefecimento e até radiador entupido. Vi tudo e não achei nada.

Mas, comecei a notar uma espuma diferente no líquido de arrefecimento. Provavelmente, o carro mistura óleo na água em algum ponto. O Beto da BFSA matou na hora: a falha estaria no trocador de calor que resfria o óleo do motor – alguém aí já ouviu falar do mesmo problema nos câmbio dos Renegade modernos?!

No meu caso, uma peça simples, que custaria cerca de 300 reais. Custaria. Porque, hoje, ela simplesmente não existe mais. Sua produção foi descontinuada há alguns anos na Europa.

Filha única de mãe solteira. Eis a peça.

Enfim, depois de uma rápida busca pelo eBay, vi que não seria fácil. Apenas uma, usada, na Alemanha, por 274 euros.

Não desisti. Entrei um fóruns de proprietários em Portugal e na Itália (io non parlo un cazzo) e achei uma em um site na Polonia. Escrevi um e-mail em inglês e, para a minha surpresa, os caras ainda tinham a peça nova em estoque.

Mas não mandariam pro Brasil. E não aceitam PayPal, nada. Euro ou cartão. E transferência bancária, se você for da Europa.

Precisei da ajuda de amigo em Portugal, que comprou, recebeu e enviará para mim, por DHL. Porque não quero nem arriscar ter problemas com os correios ou com a alfândega nacional.

Logo, este jovem e esbelto sedã estará de volta às ruas paulistanas!

Arrivederci

Deixe um comentário