UCCM – Shelby Cobra

A não ser que você seja multimilionário, não vai ter um Cobra original para chamar de seu.

Mas, uma réplica, que sabe….

A história do Cobra começou em 1961, na Inglaterra. Os primeiros AC Cobra saíam da linha de montagem com motor Bristol, de 6 cilindros em linha. No mesmo ano, o lendário Carrol Shelby escreveu uma carta a AC Cars, questionando se eles poderiam modificar o Cobra para receber um motor V8.

Com o aceite da AC Cars, iniciou-se o desenvolvimento do carro. E em 1963 entrariam em produção os Cobra com motor V8 289 da Ford, denominados de MK II. Até o verão de 1965, 528 carros foram produzidos pelo fabricante inglês.

Em finais de 1964, a AC Cars desenvolveria o Cobra MK III com o auxílio da Ford e de Shelby, em Detroit. Um novo chassi foi construído utilizando tubos mais espessos, suspensões independentes e freios a disco nas quatro rodas. O MK III também tinha para-lamas mais largos e uma abertura maior para o radiador. E vinha equipado com o motor Ford V8 427 (7,0 L) que rendia a bagatela de 425 cavalos (e alcançava máxima de 262 km/h), no modelo standard, e 485 cavalos (com máxima  de 298 km/h) no modelo de competição.

A produção dos Shelby Cobra (como ficaram conhecidos no mercado norte-americano) se iniciou em primeiro de janeiro de 1965. Apesar de ser um automóvel impressionante, o carro não vendeu bem. Apenas 300 Mark III foram enviados para Shelby nos Estados Unidos e vendidos, entre 1965 e 1966.

Um exemplar original, como o da foto abaixo, pode valer hoje cerca de 1,5 milhão de dólares.

Shelby Cobra MK III
Shelby Cobra MK III original: not in Brazil, folks

Logo, é muito dificil achar um destes a venda. Ainda mais aqui no Brasil.

O que você vai encontrar aos montes são réplicas – algumas muito bem feitas – do Shelby Cobra.

Existem dois tipos: as que utilizam chassi de Landau e as que têm chassi próprio.

Costumava-se dizer que se você comprar uma réplica com chassi de Landau não vai fazer curva, mas se tiver um acidente, vai sair ileso. Nas réplicas com chassi “próprio” é o contrário: elas contornam muito mais, mas sua resistência a acidentes, é digamos, um pouco menor.

Hoje, toda e qualquer réplica é equipada com o motor V8 302. É Ford, esteve nos Maverick e nos Landau e isso significa que têm peças em abundância para reparo e qualquer retífica. Alguns fabricantes elevam sua potência até os 380 cavalos. Outros, a mantém nos originais 199.

Mas, atenção: isso não é um fator muito relevante na hora da compra, já que existem kits aftermarket para melhorar o desempenho destes carros.

Mas é importante ressaltar que você pode comprar um Cobra – uma réplica, claro – de duas formas: prontinho ou em fomra de kits, para serem montados.

Eu quase comprei um kit. Mentira. Na verdade, quase comprei um 550 Spyder (que ainda vou escrever sobre aqui). Mas o cara me perguntou se eu não tinha interesse num Cobra. Eu disse que sim, desde que fosse de graça. E hoje, claro, não tenho Cobra.

Este aqui é o link para um anuncio de um fabricante de kit, em Santana do Parnaíba, que vende a carroceria com o chassi. Ele pede 11.000 reais pelo conjunto. Pelas fotos, ele dá a entender que o pacote inclui diferencial e suspensão traseiros. Acho que não. Perguntem antes.

Aí, zapeando pelo Mercado Livre você vai ver (é só clicar aqui, que já deixei tudo prontinho) que existem cobras que vão de 50.000 a 130.000 reais.

Minha dica: vá nos mais em conta. São réplicas, já estão funcionando e a diversão vai ser a mesma. E cuidado. Tem gente que teve a pachorra de colocar motor de Opala (nada contra o simpático Chevrolet) nos Cobra.

As fotos aí abaixo são de um modelo 2010, que está sendo vendido por 50.000 reais.

Se eu fosse comprar um, levaria essse. E mais. O valor de um Cobra pronto deixa muito claro: nada de comprar kits pra montar, certo, amiguinhos?

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