UCCM: Porsche 911 Targa 1972

Roubei. Confesso.

Achei esse artigo no site Jalopnik.

A seção deles chama-se Achados e Perdidos e é legal por ter vários tipos de carro – todos raros por aqui. Não apenas clássicos.

O texto é do Dalmo Hernandes. As fotos, do próprietário.

E vejam o que mais ele tem na garagem – e não abre mão de vender.

Em meio à torrente de carros antigos supervalorizados que tomou conta do mercado nos últimos tempos, é sempre um alívio encontrar joias como essa à venda. Trata-se de um Porsche 911 Targa 1972, que você conhecerá em detalhes a seguir.

O 911 Targa foi introduzido em 1965, e se posicionava entre o cupê e o conversível. Seu nome era uma homenagem à Targa Florio, a lendária corrida italiana, e desde então inúmeras marcas copiam a configuração de teto removível. O carro das fotos pertence à chamada série C do 911, introduzida em 1970. Nessa época, o boxer de seis cilindros que movia os 911 era de 2,2 litros, com potência que variava de 150 a 180 cv.

Esse exemplar veio dos EUA, como podemos notar pelos para-choques mais volumosos e pela terceira luz de freio, e recebeu um “facelift”, com peças do aclamado modelo Turbo apresentado em 1975 – o que não nos incomoda nem um pouco, afinal o 911 foi basicamente o mesmo carro por trinta anos desde seu lançamento em 1963, e  modificações/atualizações de bom gosto, como é o caso, são sempre bem vindas. As rodas são Fuchs originais Porsche de 16×6 na frente e 16×8 atrás.

Mas é no cofre do motor que se encontra o grande atrativo do carro – ainda que isso tenha ficado em segundo plano na conversa que tive com o dono: o motor original deu lugar a um boxer de 3,0 litros. Esse propulsor passou a ser usado na linha apenas em 1974, e o dono especula que renda algo na casa dos 210 cv. Somando isso ao volante e pedais Momo e às rodas de tala bem larga, e podemos deduzir que alguém na história desse carro sabia o que fazer com ele.

As fotos, recentes, mostram que o carro está bem conservado. O 911 foi adquirido há alguns meses como parte de uma negociação, e já veio com o “Turbo look” e com o motor 3.0. A carroceria exibe o belo Grand Prix White e está impecável, enquanto o interior preto está recebendo os toques finais de uma caprichosa restauração ao seu estado original que, segundo o dono, seguirá adiante enquanto o carro não é vendido.

O dono do carro é James Mendonça, que mantém junto com seu filho Henrique o excelente site O Acervo. Ambos são ávidos colecionadores de clássicos e, pasmem, não são muito fãs do esportivo de Stuttgart. O foco da coleção são Alfa Romeo e BMW – e você deve se lembrar de dois bávaros que já passaram por aqui, nas mãos do nosso Renato Bellote: um Alpina 2002 ti e um 635 CSi. O site reúne informações sobre esses e outros veículos da coleção – da qual também faz parte uma preciosa seleção de esportivos nacionais antigos. Henrique, aliás, é leitor assíduo do Jalopnik e foi ele quem entrou em contato conosco. Podem ter certeza que logo traremos mais coisas sobre sua fantástica coleção.

Voltando ao nosso Porsche (porque nós aqui do Jalop simplesmente o adoramos), ele está à venda, lembra? Mas não espere uma quantia abusiva. O valor pedido para levá-lo de sua casa em Belo Horizonte é de razoáveis R$ 80.000,00. Ciente dos preços inflados que o mercado atual nos traz, Henrique comenta: “a gente sabe o que tem nas mãos, é muito raro um 911 autêntico no Brasil abaixo dos R$ 100 mil. Sem dúvida o carro precisa de um dono, e é uma grande oportunidade para quem tiver disposição para finalizá-lo”.

Creio que todos nós gostaríamos de ser esse alguém, mas podem apostar que não vai demorar muito para que esse carro encontre um novo lar.

Deixe um comentário